sábado, 30 de julho de 2011

Pedofilia: como proteger nossas crianças


A pedofilia é definida, pela Organização Mundial da Saúde, como a ocorrência de práticas sexuais entre um indivíduo maior de 16 anos com uma criança na pré-puberdade. O abuso sexual de menores gera danos na estrutura e nas funções do cérebro da criança molestada, incluindo aquelas que desempenham papel importante na memória e nas emoções.
 A psicanálise encara a pedofilia como uma perversão sexual, uma parafilia, isto é, um distúrbio psíquico que se caracteriza pela obsessão por práticas sexuais não aceitas pela sociedade, como o exibicionismo e o sadomasoquismo e neste caso a atração por menores. Muitas vezes o pedófilo apresenta uma sexualidade pouco desenvolvida e teme a resistência de um parceiro em iguais condições. Desta forma sexualmente inibido, escolhe como parceiro uma pessoa vulnerável. 
A passagem da fantasia para a ação no caso dos pedófilos ocorre com maior freqüência quando o indivíduo é exposto a estresse intenso, situações nas quais haja grande pressão psíquica, como discussão conjugal importante, demissão, aposentadoria compulsória etc. Nesse caso, quando envolvidos com atos ilícitos, a expressão do comportamento criminoso dos pedófilos permite diferenciá-los em dois tipos: os abusadores e os molestadores. Os abusadores caracterizam-se principalmente por atitudes mais sutis e discretas no abuso sexual, geralmente se utilizando de carícias, visto que em muitas situações a vítima não se vê violentada. Já os molestadores são mais invasivos, menos discretos e geralmente consumam o ato sexual contra a criança. Por isso é muito difícil perceber o abusador, e tomar conhecimento do abuso para com as crianças, na maioria das vezes somente por denúncia ou quando a criança consegue verbalizar o ocorrido.
De certa forma, o molestador convence a si mesmo de que a criança quer se relacionar sexualmente com ele, projetando nela os pensamentos e sentimentos que ele quer que ela tenha sobre ele, e isso acaba se concretizando, pois a criança envolvida pelo molestador sente-se parte da motivação e por isso permanece calada, o que dificulta ainda mais a descoberta dos abusos.
  As experiências de violência ou abuso sexual na infância estão relacionadas a perturbações psicológicas e comportamentais na vida adulta, além do estresse pós-traumático que manifesta-se rapidamente; transtornos de humor, depressão, pânico e até mesmo transtornos psicóticos são algumas das doenças psíquicas que podem ser desencadeados em decorrência de abusos sexuais na infância. Cabe frisar que quanto mais jovem a criança for abusada maiores são as chances de danos psíquicos e mais severos estes poderão ser. Isso porque o aparelho psíquico infantil se desenvolve gradativamente e quanto mais nova a criança, mais frágil seu aparelho psíquico e suas defesas contra fatores agressores externos.
 A internet é o maior veículo de propaganda de erotismo infantil nos dias atuais e é utilizada como um meio de busca de alvos bastante comum para esse tipo de agressor. O uso de pornografia infantil melhora seu desempenho e a conquista da vítima. Além da internet, as profissões escolhidas por esse tipo de agressor serão aquelas da qual as crianças são parte inquestionável, como funcionários de escolas, monitores de acampamento, técnicos esportivos, motoristas de ônibus escolar, fotógrafos, entre outros que facilitam o contato com crianças.
 Geralmente do sexo masculino e com personalidade antissocial, o pedófilo, na maioria das vezes, não sente prazer somente com o sexo com a criança, mas também com o sofrimento desta, utilizando da crueldade com as suas vítimas, sendo estas sempre próximas a ele, inclusive o número de abusos dentro da própria família vem crescendo e assustando a muitos, os molestadores são pessoas em quem muitas vezes a criança depende e confia, o que causa ainda mais traumas.
Sabe-se da importância da denuncia para a descoberta dos abusos, mas além disso, a criança manifesta comportamentos que podem indicar que ela esteja sendo molestada ou abusada, como por exemplo: irritabilidade, tristeza, medo, principalmente da pessoa que comete o abuso, isolamento e acabam recusando saírem de casa com o receio de encontrarem o abusador. Por isso, pais, professores e a sociedade em geral devem estar atentos ao que vem acontecendo com as crianças, porque elas dependem da ação dos adultos para protegê-las. Nos casos em que a criança sofreu abuso aconselha-se que esta deve ser imediatamente encaminhada para um acompanhamento psicoterápico para diminuir os danos causados e para que seu desenvolvimento siga sem mais sofrimentos.

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