sexta-feira, 12 de abril de 2013

A difícil percepção do tempo



 “Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.”
Marcel Proust

O relógio já é parte de nossa vida e de nós mesmos.  Atualmente organizamos nossas atividades em função dele, o tempo tem se tornado um norteador e sinalizador das nossas ações, ele nos impulsiona, nos apressa e nos impõe limites na nossa rotina.
É muito interessante como cada pessoa é capaz de sentir e relacionar-se com o tempo de forma diferente e muito peculiar, e esse modo perceptivo varia conforme os dias e também conforme nossas emoções. Sabemos que nossas emoções são a base para a nossa sustentação em vários aspectos, mas são elas também que interferem na percepção que temos do tempo.  Quando estamos felizes e fazendo algo prazeroso mal vemos o tempo passar, ele se torna coadjuvante, no entanto, quando estamos em meio a situações difíceis e angustiantes tendemos a encarar o tempo como um inimigo que demora a passar, depositando nele toda a esperança para uma situação melhor.
A capacidade de interpretar uma sensação, no caso a sensação do tempo, é desenvolvida a partir de experiências prévias e é aperfeiçoada com o passar das idades. Por isso temos a impressão de que quando éramos mais novos o tempo passava mais lentamente e quanto mais idade adquirimos nossa percepção acelera o tempo.
Pensando na pressa contemporânea, muitas vezes invejamos civilizações antigas ou tribos distantes,  que não organizam suas vidas em função de um aparelho que faz tic-tac, mas sim regem suas atividades a partir do tempo da natureza. O sol, a lua e as estrelas guiam e orientam a sensação de tempo que é percebida de forma mais natural sem a pressão de ver os instantes calculados em minutos e segundos passarem depressa.