“Os dias talvez sejam
iguais para um relógio, mas não para um homem.”
Marcel Proust
O relógio já é parte de nossa vida e de nós
mesmos. Atualmente organizamos nossas
atividades em função dele, o tempo tem se tornado um norteador e sinalizador
das nossas ações, ele nos impulsiona, nos apressa e nos impõe limites na nossa
rotina.
É muito interessante como cada pessoa é capaz de
sentir e relacionar-se com o tempo de forma diferente e muito peculiar, e esse
modo perceptivo varia conforme os dias e também conforme nossas emoções.
Sabemos que nossas emoções são a base para a nossa sustentação em vários
aspectos, mas são elas também que interferem na percepção que temos do
tempo. Quando estamos felizes e fazendo
algo prazeroso mal vemos o tempo passar, ele se torna coadjuvante, no entanto,
quando estamos em meio a situações difíceis e angustiantes tendemos a encarar o
tempo como um inimigo que demora a passar, depositando nele toda a esperança
para uma situação melhor.
A capacidade de interpretar uma sensação, no caso
a sensação do tempo, é desenvolvida a partir de experiências prévias e é
aperfeiçoada com o passar das idades. Por isso temos a impressão de que quando
éramos mais novos o tempo passava mais lentamente e quanto mais idade
adquirimos nossa percepção acelera o tempo.
Pensando na pressa contemporânea, muitas vezes
invejamos civilizações antigas ou tribos distantes, que não organizam suas vidas em função de um
aparelho que faz tic-tac, mas sim regem suas atividades a partir do tempo da
natureza. O sol, a lua e as estrelas guiam e orientam a sensação de tempo que é
percebida de forma mais natural sem a pressão de ver os instantes calculados em
minutos e segundos passarem depressa.