Pesquisas no Brasil revelam um aumento significativo de excesso de peso e de obesidade na população, principalmente na de baixa renda, no entanto, os hábitos ambientais e familiares também têm uma grande influência nos casos de obesidade.
Para os autores Azevedo e Spadotto (2005), a obesidade é descrita como a presença de excesso de tecido adiposo no organismo, resultado de um desequilíbrio energético, que acontece devido a uma ingestão calórica maior que os gastos feitos pelo organismo através do metabolismo e do gasto energético.
Depois desta breve apresentação conceitual sobre a obesidade, pode-se apontar as questões psicológicas e emocionais que acompanham esse problema, já que o aumento de peso depende da interação e da influência de diversos fatores como por exemplo, comportamentais, ambientais, sociais, orgânicos, psicológicos e emocionais. Isto mesmo, as emoções contribuem para o aumento do peso, principalmente nas mulheres que ainda passam por mudanças constantes no humor devido à alterações hormonais.
Pessoas ansiosas ou depressivas tendem à desenvolver algum tipo de transtorno alimentar, como a obesidade, no entanto, uma questão importante não é somente a constatação orgânica da obesidade, mas também a imagem que a pessoa tem do seu próprio corpo. Esta imagem é criada pelo psicológico ao longo dos anos e das experiências do individuo, sendo muito importante para a auto-estima e também para a saúde emocional. Muitas pessoas desenvolvem um distúrbio da imagem corporal, isto explica porque pessoas magras se acham gordas, e também pessoas que precisam perder peso e não conseguem manter, pois o corpo emagrece, mas o sujeito ainda pensa como gordo e esse é um dos motivos para o aumento do peso.
Percebe-se, portanto, a importância da constituição da imagem corporal para o processo de emagrecimento e também para a aceitação de sua condição física já que a maioria não tem um corpo escultural como o preconizado na mídia. Pode-se dizer que o conceito de beleza contemporâneo contribui para os distúrbios da imagem corporal, isso não somente na obesidade, mas em outros transtornos alimentares graves como a bulimia e a anorexia.
O que se pode perceber é que a ilustração que se tem acerca do tamanho e da forma do corpo, bem como os sentimentos relacionados a essas características, é o alvo de angústias para muitas pessoas obesas ou não. No entanto, não é só isso, um distúrbio na imagem corporal pode dificultar a redução de peso, isso acontece porque a imagem do corpo precisa ser modificada para que o obeso possa parar de pensar como gordo e começar a apreciar seu corpo para que assim possa realmente ocorrer um emagrecimento sem que haja uma recaída e um retorno ao sobrepeso.
Por isso diz-se que é de extrema importância um acompanhamento psicológico nos processos de perda considerável de peso, como forma de autoconhecimento e autocontrole, já que o emagrecimento saudável deve vir sempre com uma mudança de hábitos e esta por sua vez é a parte mais difícil de manter numa dieta. Além disso, o acompanhamento psicoterápico auxilia a pessoa a lidar com o preconceito e a sensação de fracasso perante o controle da alimentação aliado também com a insatisfação com um corpo que não é valorizado e visto como belo pelo contemporâneo.
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